segunda-feira, 23 de julho de 2012

Mais uma vez

Mais uma vez tô eu aqui. Tola sonhando acordada, esperando o tempo passar como quem espera o itinerário. Como quem. Como quem espera por ele. Sem esperar por absolutamente nada. Ou simplesmente esperando por tudo aquilo que ainda esta por vir. Por ser vivido. Mais uma vez tô eu. Juntando estilhaços. Colecionando momentos felizes. Jogando tudo que é supérfluo. Guardando velharias - que ocasionalmente não consigo desapegar - em meu acervo. Deixando de lado qualquer pretensão. Dando um “up grade”. Avaliando as propostas, balanceando os ganhos. Iludindo meu. Alimentando o ego. Mais uma vez tô. Reposicionando os quadros na parede. Trocando as pilhas do controle remoto. Dando vida e utilidade para as coisas. Ocupando meu tempo ocioso com cautela. Com dedicação. Com ou sem ele. Mais uma vez. Buscando pelas flores mais bonitas e perfumadas da estação. Desempoeirando os cantos esquecidos da casa. Tirando as teias de aranhas. Doando hábitos antigos. Parei de usar o calendário. O relógio. A bússola. Mais uma. Certamente não serei. Desisti dele. Não de mim. É triste. Ainda vou sentir o coração apertar toda vez que ele me olhar. Vou sentir saudades da cumplicidade. Mais. Eu quero mais. Eu vou além. E não há nada mais triste que essa história de seguir em frente. Não há nada pior que ter que deixar o outro ir. Não há nada mais maduro que a própria aceitação. É por isso mesmo que a partir de agora é por minha conta e risco. Deixa que daqui pra frente eu “toco o barco”.  Vou navegar por aí, me aventurar. Vou navegar por aí, me afogar. Me molhar. Está decidido. Hoje é aquele outro dia. Hoje são aqueles outros sonhos. Outros (dês) amores. E outros. E outras. Aquela “outra” estranha vontade de sair da mesmice, de forjar a própria rotina. E sabe. Vou soltar os cabelos. Pintar as unhas. Ficar bonita. Sair. Conhecer gente nova. Novas bocas. E acima de tudo cometer loucuras. Verdadeiras insanidades. E quando meu barco finalmente chegar. Estarei pronta. Pronta para ‘mais uma vez’. 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ele voltou com a ex

Cheguei ao ponto extremo de achar que entendia tudo sobre a vida. Sobre o amor. Sobre mim. Achei que ninguém era capaz de me surpreender. Mas. De repente a surpresa. De repente a verdade incontestável.  De repente eu percebi que nem sempre só o amor é o bastante. Nem sempre o amor é “o” amor. Nem sempre (...) Ainda estou confusa, cheia de abandono e sem a menor resolução. Tenho andado zonza, na contra mão. Não como direito. Não durmo há semanas. E o pior. Não sonho mais.  Estagnada em um tempo que eu criei para reposicionar, quem sabe inventar uma estratégia, um abrigo pra fugir dos meus medos mais íntimos, das verdades mais cruéis. Da sua lembrança. Dos meus pensamentos fora de ordem. Se quiser saber. Tenho existido. Tenho trabalhado. Tenho tropeçado. Afinal, o mundo não para de girar. Tô cheia de acúmulos, de estragos. De podridão. De palavrões. De sujeiras. Tenho cometido velhos erros. Tenho revivido alguns episódios. Tenho torturado meu coração. Tenho fingido muito. Mentido muito. Sabe? Enfim. Ele voltou com a ex, e eu voltei a beber. Ele voltou com a ex, e eu voltei a fumar. Resultado disso tudo. Fui dormir mais cedo. Bêbada. Chapada. Meio grogue. Meio down. Meio entorpecida. Extraviada. Espero que ele possa conquistar aqueles “nossos” sonhos. Espero que ele refaça os “nossos” planos de fuga. Espero que ele esqueça-se dos “nossos” e (...). Quero que ele toque a vida em frente. Não olhe pelo retrovisor. Não estacione. Vá sem medo. Eu sei que é cedo pra gente pensar que é tarde demais e desistir de tudo. Eu sei. Eu queria. Eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Só que agora me resta dizer: Mudei.


E muito.                                                                                



terça-feira, 10 de julho de 2012

Não faz o menor sentido


Isso não pode ser considerado normal. Não era pra ser assim. Eu não queria que fosse assim. Mas foi.  Mas é. O vazio é assim, tira tudo do lugar. Ocupa todo espaço existente, restando apenas o nada. Como é que se pode restar algo inexistente (?) Sabe aquela tosca mania de querer encontrar insaciavelmente o sentido em tudo (?) Caríssimos, é com propriedade de quem já viveu duas décadas que eu vos falo. Os segredos mais atraentes não fazem o menor sentido. Os amores que “escolhemos” não fazem o menor sentido. As cores em uma escala de cinza não fazem o menor sentido. A vida por si.  Faz algum sentido (?) Quem sabe a música “Why Am I The One”, faça algum sentido (...) já não sei o que pensar sobre tudo isso. O que fica óbvio, é que não me conheço o suficiente para saber a respeito da minha própria felicidade. Não sei onde busca-la. Não sei onde ela começa. Se tem fim. Simplesmente desconheço suas razões e ignoro suas causas. Uma metade inteira de mim se importa e grita exaustivamente por socorro. Como se os gritos fossem calados pelo eco das paredes largas do meu peito dilacerado. Não dá pra suportar. Cheguei ao meu limite. Tenho medo disso. Nunca gostei de imprevistos. De surpresas. De correr riscos. Sempre quis me sentir no controle das situações descontroladas. Sempre quis as coisas do meu jeito. Na minha hora. Mas agora me diz. Me diz como eu faço pra corrigir, pra esquecer. Porque francamente. Eu não sei. Tô cansada de expectativas. De coitos. Desses finais. Desses passos dados no escuro. Sinto uma necessidade urgente de (...) seja lá o que for. Seja lá o que isso signifique. Eu quero vivê-la. Eu quero senti-la. Pela primeira vez eu quero querer. Insisto em manter os olhos fechados. Por mais que eu tente, permaneço nesse sonho sem sentido. E o pior (!) não tenho a menor pretensão de acordar (.)